sábado, 28 de julho de 2012

ASSUNTO DO COTIDIANO: REVISTA CARAS

Quer ficar deprimida e se sentir fora do padrão: Leia, aliás, não precisa nem ler! Bastar ver as fotos...


- Juliana Paes exibe curvas esculturais pós parto.
- Novo affair de Adriano abre seu apartamento (vai ter foto dela de biquini já se prepara)


Na Caras, até as véia são mais gostosas que você amiga!


Não adianta, nós mulheres vamos ver, procurar defeito, não achar e nas entrevistas só vamos focar na pergunta de praxe "Como você faz pra manter a boa forma?" Ahhhh somos todas iguais!!!


Sempre leio essas revistas em salão de cabeleireiro ou recepção de dentista, terapia e afins. Recuso-me a comprar! Masss...algumas folheadas é o suficiente pra você ver que você precisa fazer dieta já! Mas não, não é a Caras que vai fazer você tomar essa difícil atitude.


Achei engraçado dois episódios recentes que eu li...


No primeiro, é uma reportagem da Revista, perguntando pra Giovanna Antonelli se ela já tinha recuperado o peso de antes da gravidez (Mano ela teve gêmeos, revistinha cruel!) e ela simplesmente respondeu "Não me preocupo com peso, me preocupo com medidas." E LÁ NO FUNDO EU OUVI ALGUEM GRITANDO "MENTIRAAAA"...Hahaha q mulher não se preocupa com peso né... Giovanna Antonelli de fato estava se sentindo gorda. Toda mulher que se acha gorda nao revela peso. Ou diz "Não sei quanto eu peso pois não me peso"Ahh gente, todo mundo sabe o quanto pesa mesmo sem ver na balança, a gente no fundinho sabe mais ou menos a quanto a gente tá beirando 60 e poucos, 70 e poucos ou 80 e poucos (ou mais). Mas no fundo, achei aquela uma boa resposta se algum dia alguém perguntar o quanto eu peso rsrs.


Mas esse lance de medida é da hora de se pensar mesmo...eu por exemplo, há uns meses atrás (agora to mais gordinha) entrava em calças que eu entrava antes de ter filho, e relativamente estava com cerca de 7 kilos a mais...e tava entrando direitinho viu, ficando bem nela...


O segundo caso da CARAS que vi, foi um pouco do bordão "Ai como eu to maléfica e gorda"...a capa da revista está a Astrid, aquela ex-VJ da MTV, na capa tá ela de maiô no Beach Park toda feliz com o filho, e na capa mesmo tá escrito "Já estou com 46kg e visto manequim 36."Gente, me bateu um ódio dela...que exibida!!! Ela tem o dobro de idade que eu, teve filho, tá magrinha e eu aqui...lutando há quase 3 anos...grrrrrr...Mas foi equívoco total, primeiro o filho dela é adotivo, ela nem passou por uma luta de perder peso pós parto, mas ela passou por uma luta ferrada bem pior que essa, a luta contra um câncer que acabou com ela...gente ela tinha ficado pele e osso e tava feliz por estar se sentindo normal vestindo calça 36...em nenhum momento ela estava contando vantagem de tipo "Eu sou tiazona e gostosona"...afff que mal que eu me senti...desculpa ae Astrid!!! Inveja é uma mierda mesmo!!!


Bom, antes de reclamar de que estamos gordinhas, vamos ver nossa saúde né gente...eu nem posso reclamar, pois fiz mil exames e tá tudo dentro da zona boa. Como eu sou linguaruda. Perdão Astrid, de verdade! 











A Escola Estadual.

O clima de vinda pra São Paulo, foi bom e ruim.


Eu estava feliz por vir e revoltadíssima por ter que estudar num colégio estadual. Era vergonhoso! Como todas minhas amigas estudavam em Arquideocesano, Madre Cabrini, Oemar, Radial e eu iria estudar numa escola do estado? Eu sentia aquilo como uma castigo do meu pai, que ele me odiava tanto que tirou toda minha chance de entrar numa boa faculdade, o meu ídolo tinha virado um monstro. Será que meu irmão que sempre teve "problemas avulsos"estava certo da sua rebeldia? Naquele momento, eu achava que eu não deveria ser mais uma boa filha, que ninguém nunca reconheceu mesmo todos meus valores, então eu vou pra uma escola do estado né? beleza...então aguarde, minha vingança será maligna!


Eu entrei no E. E. Rui Bloem com o nariz na lua, entrei mesmo como "patricinha revoltada" eu ja tinha perdido um bom peso nessa fase que tinha conquistado em Taubaté, mas ainda nao tinha emagrecido tanto assim. Nessa fase, comecei a pintar o cabelo de acaju, fazia escova no cabelo todos os dias, ía super maquiada pra escola, tirava sobrancelha e bigodinho, eu era bonita modéstia a parte. Quando entrei na escola, nao tinha uniforme, eu ía sempre de calça jeans e uma baby look básica, eu nao tinha muitas roupas ah e o melhor, podia ir de chinelinho pra escola, eu tinha um chinelinho da Adiddas super esquisito, mas naquela época era símbolo de status, eu tinha um chinelo da adiddas baby, quem ali tinha? Eu entrei na escola sem humildade nenhuma, sem necessidade de amigos, eu era mais eu. Isso chamou atenção. E adivinha onde eu fui parar? No grupinho das populares da escola, sim eu fazia parte de um grupinho que todas as meninas eram bonitas e todos os meninos queriam. Minha reputação era outra.


Eu comecei a emagrecer bastante porque eu ía a pé pra escola, era longe viu, no começo eu ía de ônibus, mas depois que comecei a ver que todo mundo ía a pé, eu também comecei a ir...mas nos dias de muito sol eu ía de ônibus mesmo rs. Ir pra escola a pé, era uma espécie de desfile, quem não gosta de ouvir "Nossa, que bonita", "Oi morena", eu com 15 anos e me sentindo a fodástica haha e além de tudo metida! Filhão, a boba e tímida tinha morrido. 


Logo no início das aulas, um dos meninos mais desejáveis da escola quis ficar comigo, era uma tal de Ronaldinho que era mais velho e nem da minha sala e série era. Confesso, minha alma tímida tremeu, ah e eu não quis ficar com ele rs. Por dentro eu pensava "Meu, eu nunca fiquei com ninguém de escola, nunca ninguém me quis, que vergonha, q medo!" mas a imagem que eu passei pras minhas amigas "Ai gente, que feio, ele é super bombado em cima e tem pernas de gambito"ai como era legal! Era legal ver que MENINOS conversavam comigo, na minha escola particular os meninos só falavam comigo pra pedir meu caderno emprestado, lá não, os que vinham falar comigo, queriam ficar comigo...foi tudo muito, muito estranho.


Lembro que no início da aulas, fiz amizade com a Carol...ela era linda, tinha o cabelo liso até a cintura, magra, olhos azuis super claros e era suuuper gente boa. Posso dizer que ela me mostrou a vida real, ela fumava, era forrozeira, ía pras baladas, já tinha tido vários namorados, não era mais virgem e bebia. Nossa como eu pagava pau pra ela! Logo no início das aulas, dois meninos da sala falaram "Vamos matar aula e ir pro bar?" A Carol topou na hora, eu fiquei com medo mas topei. Fomos num boteco em frente a escola, os meninos compraram uma garrafa de vodka e proporam uma brincadeira de fazer rodinha de quem errasse tal frase tinha que beber uma dose da bebida. Nossa, eu tava tensa! Enquanto eles faziam questão de errar as frases só pra beber pinga, eu fazia questão de acertar pois nunca tinha bebido de dia, durante a aula e com homens na minha vida. No final da brincadeira o Cadú quis ficar comigo e o Bob com a Carol, até hoje nao sei se ela ficou com ele, mas eu não fiquei com o Cadú.




Eu me adaptei super bem na escola, deixei um pouco minhas amigas de infância de lado e mergulhei de cabeça nesse mundo diferente, na minha escola tinha um escadão que as pessoas fumavam todos os tipo de cigarro, eu sempre ODIEI cigarro, mas ficava com o pessoal no escadão pra ficar no meio da "galera legal", aprendi a dançar forró, mudei meu estilo de roupa, joguei meu chinelinho da adiddas fora, comprei botinhas de surf e rasteiras da Lui Lui, ia pra escola de calça dobrada e trança, comecei a beber, experimentei cigarro, experimentei bebidas, vi nego ter convulsão na aula de educação física porque tinha usado droga pesada no intervalo...eu era outra.


Chegou uma fase, que eu fui notando que aquela escolha, era rebeldia. Que eu não era mais eu, que eu estava errada, começou uma espécie de competição entre minhas amigas, comecei a me sentir excluída um pouco do meio delas, elas combinavam baladas no final de semana que eu nao podia participar pois meus pais não deixavam, enfim, eu fui me afastando. No meio do ano, arrumei um namoradinho na escola, era meu primeiro namorado. O grupinho dele, era de NERD e foi engraçado como eu me identifiquei rs! Mudei de turma totalmente, da galera descolado comecei a fazer grupo com os certinhos e estudiosos. Lá conheci o Daniel que virou um grande amigo meu, era um menino super correto e eu que tinha estudado a vida toda em escola particular me sentia burra perto dele que sempre havia estudado em colégio do estado. Parei de matar aulas, comecei a prestar atenção na aula, fazia trabalhos, nesse grupo ninguem bebia ou fumava. Fiz mais amizade com os meninos, as meninas nerds eram chaaaatas rsrs.


Nessa fase meu pai melhorou financeiramente e começou a pagar academia pra mim, entrei na Exitos, malhava muiiiito, era uma diversão! Lá fiz grandes amizades tambem, era rata de academia e cheguei no auge da minha forma física, eu tava GOSTOSONA baby e podia comer qualquer gordice que nada mudava meu corpinho escultural haha. Oh fase boa! Engraçado como quando a gente se sente bem com a gente mesmo, como tudo flui...as coisas conspiram todas a nosso favor...os olhares, amizades, novidades...até o telefone toca mais.


Terminei o colegial lá na escola estadual, no terceiro ano tive outro namoradinho, outras boas amizades   e assim esse meu ciclo de escola terminou. Eu ainda tinha um lado rebelde, pois meu pai queria que queria que eu entrasse numa USP, mas hoje eu digo e repito o mesmo que aquela época...com o ensino da escola estadual, não dá...ou melhor, não dava pra mim, me recusei a fazer cursinho, aliás eu nunca gostei muito de estudar, sempre estudei pra tirar a média nas matérias que eu não gostava e ía bem nas matérias que eu me identificava, tipo Inglês, Educação Física e só rs...na verdade, nunca me senti capaz de entrar em uma USP, isso decepcionava um pouco meu pai...consequentemente eu também me culpava por isso.


Bom, bora falar das baladas? Outro post. Beijos!





























Taubatédio

Lembro-me como se fosse hoje...a felicidade do meu pai quando disse que mudaríamos pra Taubaté. Eu estava com 14 anos e meu irmão com 18. Eu estava no auge das minhas amizades, na escola e no prédio, saía todos os finais de semana, era pura diversão e aquela notícia foi bem bombástica, pra todo mundo da família. Meu pai estava muito feliz, pois nessa época ele trabalhava em Ubatuba a semana inteira e só ia pra casa de finais de semana, ele sofria muito de ficar a semana todo sozinho e essa oportunidade de emprego foi a chance dele ter a família dele de volta, numa cidade do interior cheia de qualidade de vida...mas nao foi bem assim. Deixo contar um pouquinho como foi desde o começo.


A vida inteira estudei num colégio particular super forte que a média era 5, e como era difícil tirar 5! Nossa...a gente se matava, tinha calafrios noturnos 1 semana antes das provas começarem, era treinamento militar, enfim, minha escola dava muito medo e ansiedade em nós pobres aluninhos. Quando meu pai anunciou que mudaríamos de cidade, foi em meados de maio...eu já era uma pessoa bem mais magra nessa época, nunca vou esquecer do meu professor de matemática que era um carrasco veio me elogiar em particular pela conquista de ter emagrecido tanto. Eu usava calça jeans, tinha meu cabelo escovado sempre, estava bem mais ajeitada fisicamente. Mas como estudei sempre na mesma escola, desde os 3 anos de idade, minha reputação por lá, não alterou. Eu continuava tímida, boba mas sempre com minhas mesmas amigas e não cheguei a despertar nenhum interesse de menininhos, pelo menos, nunca ninguém se declarou pra mim rs.


Mudamos pra Taubaté em Julho, apenas eu e meu pai, ficamos morando num hotel o mês de Julho inteiro...nossa como era duro dividir o quarto do hotel com meu pai, ele roncava demaiiiis, rs. Duro também nao ter tanta liberdade, mas eu e meu pai sempre nos dávamos muito bem, principalmente na nossa função preferida até hoje que é de COMER rs.


Taubaté é cheio de cantinas deliciosas, pizzarias, lanchonetes e como morávamos num hotel, meu café da manhã era sempre muito doce de leite com queijo, pães diversos, nossa deu água na boca de lembrar!


Todo dia eu e meu pai íamos procurar casas pra alugar e de quebra jantávamos em uma pizzaria que tinha no centro da cidade que meu Jesuis Amadinho, que pizza de rúcula era aquela!!! Ali perto de Quiririm, tinha um restaurante no meio de uma fazenda, lembro que eu comia um prato de macarrão com bacon e uma deliciosa Limonada Suíça com moooito leite condensado. Enfim, eu nao tinha amizades ainda, lá não tinha nada para eu e meu pai fazer alguma coisas juntos ao invés de ficar enfurnado no hotel, nós desbravamos a culinária local mesmo...lembra daquela costela na pedra quente pai? Hmmmmm delicious!


Chegou Agosto, alugamos uma casa num dos melhores bairro de Taubaté, eu estava feliz pois ía fazer novas amizades e eu ía entrar numa nova escola, era uma ótima oportunidade pra eu mudar minha reputação NERD que eu tinha na escola de São Paulo. Toda minha infelicidade começou quando meus pais (sim todos ja haviam mudado pra lá) foram numa escola que era a melhor da cidade tal, e no meio da apresentação do colégio, a moça da secretaria disse que a média escolar era 7. Meu mundo desabou, eu tinha 5 e 6,5 de quase todas as matérias do meu boletim de São Paulo e a secretária me disse da seguinte forma "Não vamos alterar sua nota, você terá que recuperar sua nota para ter que passar de ano, nossa média é 7 e não vamos transformar seu 5 num 7...voce terá que se dedicar mais e recuperar nota, talvez pegar algumas recuperações." O queeeee???? Não! Não quero estudar nessa escola!!! Logo me informei pela internet e vi que na cidade tinha um Objetivo que a média era 5...briguei com meus pais, lutei dizendo que queria estudar nessa outra escola, mas minha tentativa toda foi em vão...a média é 7? O problema é seu...enfim, eles me matricularam e todo o inferno começou.


As aulas começaram, e nesse meio tempo meu corpo todo já havia engordado. O uniforme me deixava um balão. Eu ja comecei a sofrer muito de auto estima, no primeiro dia de aula eu me senti um ET, todos me perguntavam por que eu teria saído da Capital e tinha mudado pra Taubatédio. Sim, esse termo que os próprios nativos usavam e a partir daquele momento, já comecei a pegar um ódio sem tamanho daquela cidade.


Descobri que eu tinha que fazer adaptação de Filosofia pois eu não tive na escola de SP, peguei livros e mais livros e ocupava minhas tarde fazendo um trabalho enorme pra ter pelo menos a média pra dar início nas provas daquele bimestre. Não conseguia gostar de ninguém ali, tinha uma menina apenas que  eu achava super legal, mas ela sentava do outro lado da sala, mas ela parecia ser a única a perceber que eu estava precisando de alguém e fazia questão sempre de conversar comigo no intervalo ou quando eu chegava cedo e ela estava lá. Ela se chamava Marieta, ela era do grupinho das mais populares da escola, então ela só falava comigo quando estava sozinha, quando a panelinha dela chegava, eu voltava a ficar sozinha. Tive que entrar num grupo pra fazer trabalhos, nossa eu cái num grupo que as meninas eram chaaaatas, haja paciência...e nessa, fui entrando numa depressão sem tamanho, descobri que no meu bairro só tinha velhos, não tinha ninguém da minha idade pra fazer amizade, eu andava sozinha lá a tarde pra ver se via alguém e parecia que só tinha eu naquela cidade.


Em meio de todo esse meu sofrimento de auto estima (peso), amizades, escola...vi uma crise muito forte acontecendo em casa...meu irmão tinha 18 anos e namorava uma mulher quase casada aqui em São Paulo e um dia cheguei da escola super desanimada e estava um quebra pau, minha mãe chorando, meu pai surtado. Sim...meu irmão tinha ido embora de casa...ele pegou as roupas dele e veio sozinho pra São Paulo detalhe, sem casa pra morar. Se o clima ja tava ruim meu amigo, voce nao tem noçao do clima trash que ficou naquela casa depois do exôdo rural do meu irmão.


Os meses foram passando, meu peso foi aumentando e a solidão foi piorando. Meu pai, percebendo que eu não estava bem, pagava toda sexta feira uma passagem de ônibus pra eu vir pra São Paulo, eu vinha toda feliz e cheia de esperança. Meu irmão ficou morando num kitnet sujo, fedido, ali devia ter rato, barata. Nossa, um dia fui no quarto que ele morava, tudo sujo, ele nao sabia lavar louça nem roupa aquilo era um muquifo horroroso, eu tive dó dele...e pra piorar, descobri que ele estava fumando cigarro, ecati! Numa das vindas, tive uma festa de 15 anos de uma amiga do prédio, eu ía dançar valsa, tínhamos alugado vestido padronizado, mas aquele vestido, no dia de retirar, faltava 5 palmos pra fechar nas costas. Eu chorei, chorei muito...aliás, todo domingo, quando pegava ônibus na estação Tietê pra ir pra Taubaté, as 2 horas de viagem, eu ía chorando e planejando como eu me mataria rs. Sim, cheguei no fundo do poço.


Um belo dia, meu pai chegou e disse que tinha tirado o apartamento de São Paulo da imobiliária, que havia desistido de vende-lo. Que meu irmão ía morar lá pois não suportava mais ver o filho naquele muquifo, meu irmão chegou a ficar doente...foi tenso o baguio. Enfim, eu fui me adaptando a escola, fui fazendo amizades, lá a Educação Física era fora do horário de aula, eu tinha que ir de tarde pra escola sendo que eu estava de manhã, só pra fazer Educação Física, ah e era bem legal por que voce escolhia o esporte que queria fazer. Então toda quarta e sexta eu ía pra escola pra jogar vôlei, um dos meus esporte preferidos. Comecei a me adaptar, lembro que dava 6 da tarde eu e minha mãe assistíamos o Cravo e a Rosa, eu adorava aquela novela! Duas amigas minhas foram pra lá me visitar, fomos no Show do Capital Inicial (era turnê acústica e dei a mão pro Dinho! rs) fui recuperando minha auto estima e meu peso foi indo embora.


Meu aniversário de 15 anos em Taubatédio foi inesquecível. Estávamos todos no limite. Minha mãe com depressão por que não tinha meu irmão na asa dela, meu pai nervoso com ela e eu, ninguém parecia se importar muito e nem sabiam o que eu estava passando, mas culpa minha mesmo, nunca fui de conversar com meu pais e a história do meu irmão já era tão pesada que eu não queria "causar"mais. Masss, era meu aniversário de 15 anos e eu botei a boca no trombone...ahhh como chorei. Disse tudo o que estava sentindo, tudo mesmo e meu pai virou o BICHO, ele gritou comigo, eu fiquei chorando como um bebê naquela pizzaria (pra variar comendo rs) ele gritava, dizendo que já que eu queria voltar pra São Paulo, então voltaríamos, só que eu iria pra uma escola estadual, por que ele teria que pedir demissão do emprego, enfim ele ficou muito bravo. Todo o sonho dele foi por água abaixo, eu sentia que ninguém se importava comigo, mas ele, que sustentava a família, que dava o suor dele pra termos uma vida boa, de repente viu...os filhos dando as costas. Ele sofreu muito. E eu também. Foi o pior aniversário da minha vida.


Chegando em casa, peguei uma folha de caderno e fiz um esquema de calendário, meu pai disse que em Dezembro voltaríamos pra SP, então a cada dia que passava, eu fazia um risco no dia (com um traço), estilo bandido na prisão mesmo. No dia que meu pai viu aquilo colado na parede do meu quarto, você pode imaginar a fúria dele né? rs.


Em Dezembro, voltamos pra São Paulo.











quinta-feira, 26 de julho de 2012

ASSUNTO DO COTIDIANO: ÁGUA!

Gente que coisa mais fodástica pra mim é tomar água!!!!

Po, fala sério! Adoro tomar coisas que incham..uma cervejinha preta, vinhos, pinguinha, batidinhas, caipirinhas, ah que delícia! Tomo que nem água! Já água mesmo, nua e crua, é difícil demais...só tomo mesmo quando o corpo pede saca? E ele pede no máximo 1 copo no dia...e isso, se nao tiver clight na dispensa hehe.

Desde a época magrinha, nas avaliações físicas da academia, o avaliador ja me dizia "Dona Fabiana, tome água, seu organismo tem pouca"e o pior, eu sei que sem ela e incho, eu sei que ela AJUDA emagrecer, mas mano...nao faz meu tipo cara! Mas sei que é necessário...

Nunca tive problema nenhum por falta de água, aquelas coisas de infecções urinárias nem nada, sempre vivi muito bem sem ela, ou melhor...com ela, mas sem MUITO dela. Vejo essas atrizes capa Boa Forma dizendo "Pra manter meu corpitcho lindo e harmonioso tomo 3 litros por dia" Puuutz, parabéns pra você...se fosse só a água responsável por tudo né...hehe...mas meu, é gosto...

Bom, vendo o Blog da minha amiga Pri, ela postou um troço muito bacana pra quem acha tomar água um saco hehe. É um squeeze que determina o quanto voce precisa beber até certo horário. Vendo por esse squeeze ou lado, até que parece mais simples do que todo esse problema que eu ja criei rsrs.





Minha mudança, meu descobrimento.

Lembro-me como se fosse hoje, em um Natal na casa da minha tia, já nao estava me sentindo muito bem por estar lá, ninguém falava comigo, eu nao falava com ninguém, nessa fase eu era extremamente calada e tímida, nessa fase eu era muito, mas muito grudada com meu pai. 


Quem me conhece pessoalmente, sabe a ligação que tenho com ele, é uma ligação estranha, parece ser de outra vida, lembro que ele me dizia muitas vezes que se ele fosse da minha idade e nao fosse meu pai, seria meu namorado. Nossa meu pai sempre foi meu ídolo, é a única pessoa na vida que sei que JAMAIS viraria as costas pra mim, é um amor puro, uma dependência! Ele é boa parte do que sou hoje...amo meu paizinho.


Enfim, voltando... foi ele, foi meu pai, que veio sem mais e nem menos me dizer "Vamos fazer dieta?", Noooooossa,aquilo foi como uma bala no peito, um soco no estômago, um cuspe no rosto! Doeu, doeu muito...meu pai lindo naquele momento virou o pior vilão pra mim, ele tinha acabado com meu Natal, acabou comigo, em outras palavras...ele me chamou de gorda. Ele chegou a dizer, que na fase que eu estava com 13 anos, os meninos ja começariam a me olhar, que eu já saia de matinê, que se eu quisesse ser feliz eu precisava fazer um regiminho. Nossa, quanto mais ele se explicava, mais aquilo me doía por dentro. Nunca imaginava que ele, meu papai querido, meu amigo, iria me insultar daquele jeito. Aquilo pra mim, naquele momento e idade jamais seria uma "ajuda de pai", "conselho amigo" aquilo era uma traição! Como que ele dizia que seria meu namorado? Eu precisava então mudar até pro meu próprio pai? Aquilo doeu viu...judiou.


Maaaas, não sei o que aconteceu nos bastidores que lembro da mãe de uma amiga minha, pouco tempos depois, um dia apareceu em casa com aqueles caderninhos do Vigilantes do Peso, explicando como a dieta funcionava pra mim e pra minha mãe e lembro-me bem que nessa época viajei pra praia com essa mãe da minha amiga, fomos pra Itanhaém e como ela também estava de dieta, ela fez eu fazer dieta com ela a semana todinha. Lembro do gosto da Coca Diet (Naquela época não tinha nem light nem zero rs) do arroz, do feijão, dos tomates, do bife do tamanho da palma da mão sem os dedos...lembro de tudo! E foi incrível, voltei pra casa com 5 kilos a menos em 1 semana. Ahhh se meu metabolismo funcionasse daquele jeito hoje em dia rsrs.


Mas com esse post, só tenho a agradecer a meu lindo PAI, que sempre quis meu melhor e abriu meus olhos e a tia Elizete e seus livrinhos milagrosos. Depois disso, comecei minha auto conhecer, a me olhar no espelho, comecei a gostar de mim.

Pré adolescência e traumas.

Tudo acontece nessa fase!


Eu demorei muito pra crescer, eu sempre amei ser criança...de repente, comecei a ver que minhas amigas não queriam mais usar camisetas, queria usar baby look! Percebi que ela nao queriam brincar que a Barbie e o Ken se beijavam, elas ja beijavam meninos de verdade! Percebi que todas ja usavam sutiã, menos eu! Percebi que todas tinham cabelo comprido, e o meu era curto! Percebi que todas usavam jeans e salto, e eu preferia meu velho moletom e tenis da adiddas.


Foi difícil...me senti sozinha por muitas vezes nessa fase. Virei motivo de piada no prédio, na escola eu ja me sentia deslocada, nao fazia muitas amizades, tinha uma história super complexa que nao saia da minha cabeça, além do meu corpo que era feio, eu tinha um péssimo e tenebroso cabelo (progressiva naquela época nao tinha nem previsão de existência), espinhas no rosto, sobrancelha junta, buço peludaço...tenso né??? Quem me vê hoje, nao imagina como meu passado me condena, ai ai, só rindo mesmo pra nao chorar.


A pré adolescencia é repleta de traumas né? Nunca vou esquecer que eu tinha um melhor amigo, acho que eu estava na sexta série, nessa fase como minhas amigas ja "ficavam"elas me achavam na obrigação de fazer a mesma coisa. Em um passeio da escola ao Playcenter, elas vieram me contar que tinham falado pro tal carinha que eu queria "ficar"com ele. Naquela época, isso foi uma traição sem preço. Eu que estava no Playcenter apenas preocupada em me divertir, por uma brincadeira boba de "amigas bonitas"perdi meu melho amigo. Sim, ele nao quis ficar comigo e depois disso o constrangimento foi tão grande entre nós, que nunca mais nos falamos. 


Outro trauma, era ficar sozinha na matinê. Enquanto todas suas amigas estão no paredão dos amassos, voce está sozinha na pista fingindo que dança feliz. Ah fora o trauma da suas amigas estarem todas com roupa da moda, e voce estar todo final de semana com a mesma roupa rs. Teeeenso.


Minha pré adolescencia nao foi legal...e tudo o que acontecia, eu atribuia ao meu peso e a minha aparência.

Coisas que obesos, com sobrepeso ou até magros neuróticos sentem...


Fabianinha, criança feliz e gordinha!

Eu fui uma criança muito feliz e gordinha!
Sim...eu era gordinha mas era fera no futebol, sempre fui muito boa nos esportes modéstia parte rs. Sempre joguei volei, basquete, futebol, hand e ping pong. Nao sei como fui uma criança gorda, pois toda minha vida fiz esportes, sempre amei dança...eu e minha amiga Renata sempre fizemos Jazz e Ballet na escola, era muito legal. Ah e a gordinha aqui quando criança deu um duplo mortal carpado num apresentação de ginástica olimpica, ok nao foi essa pirueta toda, mas eu fazia flick...nao eram todas as meninas da sala que davam flick, muito menos as magrinhas.


Eu sempre fui muito ativa, na minha infância brinquei demais, no prédio que morei a vida toda brincávamos de tudo, sempre tive preguiçinha, mas isso mais pra fase adulta...na infância mesmo, eu era feliz, ativa e o meu peso nunca me incomodou. Inclusive nunca sofri muito bullyng, foi começar a sofrer certos xingamentos na pré adolescência, mas ali é outra etapa.


Meu trauma de infancia é outro, que também será outro tópico no blog, mas em relação ao meu biotipo roliço, não, ele nao me incomodava nadinha. Eu era rápida na corrida, habilidosa nos esportes mas confesso, um pouco tímida e introvertida no convívio social. 


Com certeza meu corpo era gordinho devido a má alimentação que eu tinha em casa. Em casa, todo mundo sempre sofreu com peso. Meu pai sempre gordinho, meu irmão efeito sanfona, a única que nao sofria muito era minha mãe, mas também nunca foi magrinha. Mas quem sempre quis ver todo mundo gordo foi ela, inclusive, ela adora até hoje mandar guloseimas pra casa, empaturrar o Gabriel de macarrão e balas, e ainda insinua que ele está magro (Gente ele tem 2 anos e pesa 16kg) enfim...eu nao falo nada pois ela me dá uma baita ajuda com ele. Mas tem muita mãe que ainda acha que sinônimo de criança saudável é criança gorda...e na verdade, é longe disso né?

Vida de Empreguete

Gente, enquanto eu tinha minha vida de empreguete, eu estava bem mais magra. Tudo bem, eu era mais nervosa e antipática, aliás, quem gosta de faxina???  Quando voce não recebe dinheiro por lavar louça e ve um copo sujo na sua pia limpinha, como voce se sente? hein hein? Quando voce nao recebe dinheiro por limpar banheiro e ve sua privada respingada de mijo segundo depois, como vc se sente? hein? hein? Resposta, vc SURTA MERMO!  
Minha vida de empreguete era dureza, minha casa tem 3 andares e 6 banheiros...e querendo ou não, vc nunca desativa banheiro, voce sempre vai querer mijar no mais próximo. E além de tudo, tenho um filho pequeno que é possessivo...precisa de exclusividade e nao compartilha a atenção nem com aspirador de pó.

Quando eu casei, casei sem saber fazer nada, muito menos um simples arroz. Tive que aprender tudo na marra, mas realmente aprendi a cozinhar quando tive que começar a fazer papinha de nenem...
No começo, eu olhava pra panela de pressão e ela me olhava de volta...fiz papinhas horríveis, quem nao lembra da papa rosa chicletuda? Eu nao sabia nada, era um fracasso na cozinha...mas confesso que depois de uns meses me tornei a rainha da papinhas! Era uma colher pro Gabriel e 3 pra mim...que delícia que era! Mas depois, inventei de comer papinha e depois almoçar denovo...aí ficou dificil de emagrecer mesmo, mas pra mim, aquela papinha era tao inofensiva quanto um bebê, mas nao verdade...não era. rs.

Mas mesmo assim, depois que o Biel cresceu eu comecei a cozinhar super bem, fazia legumes, verduras tudo muito bem feito e fui eliminando peso...consegui uma empregada pra cuidar dele pela manhã e fazer a faxina da casa, tudo estava perfeito, me matriculei em uma academia, voltava, fazia o almoço e a tarde ia pro mercado/fazer cabelo e unha/passear no shopping. Vida boa mesmo, e com essa vida boa, minha auto estima subiu e foi minha fase mais magra pós parto. Estava mais magra nesta fase do que hoje...hoje ja devo estar com cerca de 8 kg a mais que nessa época...isso faz 1 ano...triste né?



O Dilema da salada...

Eu sou gorda até pra comer salada.

Adooooro melecar ela de azeite...odeio limão e vinagre.

Produção me ajuda...melhor cortar fora a salada né? Entre comer salada com limão...prefiro comer ar.

ALMOÇO DE HOJE...

- Arroz Integral
- 1 conchinha de feijão
- Bife grelhado
- 2 rodelas de tomate

Sim, eu tenho que ir no mercado.

Tudo vem lá do passado...

Você se lembra quando descobriu que era gordo?
- Eu me lembro!


Lembro de uma vez, que minha mãe me levou ao médico...nao sei nem que idade eu tinha, mas lembro que  o médico disse assim:
- A senhora nao precisa se preocupar, ela ainda esta esbelta nao entra no quadro de obesos.


Eu nem sabia o que significava a palavra OBESO. Mas minha mãe decidiu me transformar em uma rs. Tadinha, nao a culpo...mas hoje como tenho filho, sei que jamais vou oferecer uma lata de condensado com Nescau pro meu filho no meio da tarde. Ou fazer aquela massinha deliciosa de meia lata de Leite Ninho, pouca agua e muito açúcar...ou aquele Mingau delicioso se Farinha Lactea bem docinha e quentinha. Enfim, infelizmente um gordo nasce com péssimo hábitos alimentares...e desde criança minha visita ao endocrinologista é frequente.


Tenho um vídeo de quando eu tinha 6 anos, brincando em Bertioga no quintal da nossa casa de praia, eu com uma saia rodada azul com um top cor de rosa (época do auge do Beto Barbosa) e minha mãe perguntava quanto eu pesava...ah vc percebeu que eu disse que estava de top? Sim, com uma bela de uma pança avantajada...voltando ao assunto, minha mãe no vídeo zombava da minha forma física...e eu gritava falando "Eu peso só 47!!!"gente, com 6 anos pesando 47...e eu gritava no vídeo em forma de protesto...como se 47 kilos pra uma criança de 6 anos fosse pouco rsrs...mas com 6 anos, por mais que eu fosse "gordinha"eu nao fazia questao de estar em forma, nem ligava pra garotos ainda, só queria saber de cortar curto o cabelo das minhas Barbies. Sim, isso tambem deixa minha mãe bastante irritada rs. Eu tinha cabelo curto ué, por que minhas Barbies nao podiam ter?

Introdução...como me sinto hoje?

Como eu me sinto hoje? Quebrando tabus! Sim...o assunto do meu peso sempre foi um tabú gigantesco pra mim...dividir com o mundo esse tabú nao é fácil não...mas posso dizer que é uma libertação...uma nova etapa...enfim, estou feliz com o início deste blog! Meu marido sempre me disse, "Por que voce nao monta um blog, vc tem tempo, escreve super bem..." Mas nunca teve nenhum assunto que me prendesse a um blog, essa é a verdade...o único assunto que me prender a vida toda, que é meu peso, eu nunca tive coragem de expor...então hoje, tomei coragem! Prometo...isso aqui não ficará as moscas...

Digo que minha história é longa...tem começo, meio, começo, meio...nao consigo achar um fim pra isso...já cheguei a sentir um gostinho de fim, mas foi mais rápido do que eu imaginei, a minha luta que tenho comigo mesma parece ser eterna muitas vezes. As vezes penso em jogar a toalha e desistir da guerra...principalmente nas fases em que a cabeça nao funciona bem. Mas eu sou nova e sei que a essência da vida não gira em torno do PESO ideal, mas sim do sentir-se bem...então, sem hipocrisia...pra eu me sentir bem, apenas preciso pesar bem menos do que eu peso hoje. rs.

Nao vou citar meu peso por agora. Vou deixar a imaginação de vocês funcionar.

Bom ínicio de blog pra mim.